História do Caminho Neocatecumenal
O Caminho foi iniciado pelo pintor Kiko Argüello, convertido do existencialismo ateu, e pela missionária Carmen Hernández, ambos espanhóis, na miserável favela de Palomeras Altas em Madri em 1964, sob a forma de formação iniciação catequética e evangelização para adultos afastados. A primeira comunidade era formada por habitantes de Palomeras Altas, na sua maioria ciganos, prostitutas e ex-presidiários que foram abandonando os seus hábitos para seguir os ensinamentos transmitidos por Kiko Argüello
Inicialmente o caminho neocatecumenal contou com o fundamental apoio do então arcebispo de Madri, Dom Casimiro Morcillo, primeiro prelado a apoiar esta experiência, notando que a pedagogia do caminho ia ao encontro dos novos ideais inseridos da Igreja pelo recém findado Concílio Vaticano II, no qual acabara de participar.
A originalidade do Caminho é ter encontrado uma síntese catequética no estilo dos evangelizadores dos primeiros séculos do cristianismo, válida tanto para os batizados, praticantes ou não, como aos não-cristãos: a centralidade do kerigma, do anúncio de Cristo morto e ressuscitado, e a vivência da fé em pequenas comunidades, cuja finalidade é o amadurecimento na fé e a integração plena de seus membros na paróquia.
O processo se inicia com uma catequização kerigmática, onde se constitui uma comunidade, e conclui, depois de vários anos e várias etapas, com a renovação solene das promessas batismais diante do bispo diocesano, a quem a comunidade se oferece para ajudar nas necessidades pastorais das paróquias.
Assim, primeiras comunidades nasceram em paróquias espanholas de Zamora e Madrid, depois de 1967, eram dadas as primeiras catequeses iniciais na paróquia dos Santos Mártires Canadenses em Roma, hoje, porém, o Caminho encontra-se presentes em cerca de 5 mil paróquias dos cinco continentes.
Segundo explicam seus iniciadores, o Caminho responde concretamente a muitas das intuições pastorais do Concílio Vaticano II, como o redescobrimento da Vigília Pascal, a participação evangelizadora dos leigos ou a potenciação dos seminários diocesanos missionários, entre outras. Talvez a mais nova seja o envio de famílias em missão, a pedido dos bispos locais, para promover, junto com um sacerdote, a implantatio ecclesiae naqueles lugares nos quais não existe a Igreja Católica.
Desde seus início do Caminho, as atitudes dos diferentes papas, desde Paulo VI até Francisco, foram favoráveis para com o Caminho Neocatecumenal; especialmente João Paulo II, cujo no longo pontificado este Caminho teve seus primeiros reconhecimentos oficiais.
O primeiro foi em 1990, em forma de carta de reconhecimento ao Pontifício Conselho para os Leigos, no qual se definia como “(…)um itinerário de formação católica válida para nossa sociedade e para o homem atual(…)”.
Posteriormente, em 29 de junho de 2002, foram aprovados por decreto deste mesmo Conselho os estatutos do Caminho ad experimentum durante um período de cinco anos, que conclui com a presente aprovação definitiva.
Em 13 de junho de 2008, o cardeal Stanislaw Rylko, então presidente do Pontifício conselho para os leigos, entregou aos iniciadores do Caminho neocatecumenal o decreto de aprovação definitiva dos estatutos dessa realidade eclesial ad eternum.
Em janeiro de 2011 o Papa Bento XVI enviou mais de 200 famílias em Missão em uma celebração. Hoje, o número das famílias do Caminho em missão para a nova evangelização em 78 países é de mais de 800, com 3 097 filhos, das quais 389 na Europa, 189 na América, 113 na Ásia, 56 na Austrália, 46 na África e 15 no Oriente Médio[carece de fontes].
Em 20 de janeiro de 2012, em um encontro com o Papa Bento XVI, o secretário do Conselho Pontifícios para os leigos, D. Josef Clemens, leu o decreto de aprovação às celebrações (não “estritamente litúrgicas”, segundo Bento XVI) que acompanham o percurso catequético dos neocatecumenais. Decisão esta que surge após 15 anos de estudo por parte da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, somando-se às anteriores aprovações dos Estatutos (2008) e dos 13 volumes do “Diretório Catequético” do Caminho Neocatecumenal (2011).
Neste encontro estiveram presentes também seis cardeais, mais de 30 bispos, centenas de padres e estudantes dos seminários ‘Redemptoris Mater’ e 1200 equipes de catequistas itinerantes.[1] .
Em fevereiro de 2014 o Papa Francisco, em uma audiência privada com a presença de cerca de 8mil pessoas, enviou mais de 400 famílias em missão do Caminho Neocatecumenal e novas quarenta “missiones ad gentes” para as as áreas mais descristianizadas da Europa, das Américas e da Ásia[2] .
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