Pastorais

Pastorais

O que é Ação Pastoral?

Segundo o Concílio Vaticano II, na constituição pastoral Gaudium et Spes, “pastoral” consiste em se debruçar sobre as aspirações e as angústias dos homens para lhes propor, a partir delas, a mensagem cristã. Pastoral não se limita a ação dos pastores, mas a ação de toda a comunidade, de toda a Igreja.

Num sentido amplo, Pastoral é toda a ação da Igreja e sua missão neste mundo. A Igreja não existe para si mesma, mas em função da sua missão de anunciar Jesus Cristo e fazer acontecer o Reino de Deus.

O Diretório Geral para a Catequese (DGC) de 1997, diz que a missão evangelizadora da Igreja se realiza em três etapas:

a. Ação Missionária: faz o primeiro anúncio de Jesus Cristo (querigma) a povos ou pessoas que não o conhecem, ou que, tendo já conhecido, hoje vivem afastados do Evangelho (é a chamada nova evangelização); é a atividade que leva as pessoas a uma adesão e conversão a Jesus Cristo.

b. Ação Catequética: educa e aprofunda a fé dos que já aderiram Jesus Cristo e querem ingressar na comunidade, através de uma iniciação completa, ou necessitam estruturar melhor sua conversão; é o momento do aprofundamento e ampliação da experiência da fé, seus elementos e suas exigências.

Ação Pastoral: para as pessoas que, tendo sido iniciadas na fé pela catequese, já são cristãos adultos, mas necessitam continuar alimentando a própria fé, crescendo sempre mais e transformando a fé em obras, em serviço aos irmãos e à comunidade (cf. DGC.49). Neste sentido, pastoral é tudo aquilo que a Igreja realiza e que é distinto de evangelização e catequese.

Esta ação pastoral envolve, entre outras coisas, o serviço aos necessitados, o diálogo com o mundo, a denúncia profética, a dimensão celebrativa, a participação na comunidade, o estudo da fé e a espiritualidade.

Aplicando esse conceito de pastoral às várias dimensões ou setores da comunidade eclesial, que representam um serviço aos irmãos e à comunidade, tem-se as pastorais ou “ações pastorais”: Pastoral da Juventude, Familiar, da Comunicação, da Criança, Vocacional  e muitas outras. Em algumas a presença dos leigos é fundamental e em outras a presença dos padres e religiosos é mais significativa, como na Pastoral Indigenista e Pastoral da terra.

 Os Ministérios da Igreja

Devemos distinguir bem entre ministérios e serviços eclesiais. Os serviços eclesiais são múltiplos e variados. Cada cristão é chamado a contribuir. O serviço eclesial é uma exigência da própria pertença à comunidade. São sinais de participação.

Os Ministérios não são simples tarefas. São serviços eclesiais, que se fazem em nome e por autoridade da Igreja. Por isso, são conferidos pelo Bispo ou por quem foi por ele delegado. Quando se fala em ministérios trata-se de serviços especiais e importantes para o crescimento da comunidade.

Entre os ministérios podemos distinguir:

  • Os ministérios ordenados são aqueles conferidos pelo Sacramento da Ordem. É ministério confiado aos bispos, padres e diáconos.
  • Os ministérios não-ordenados são aqueles que podem ser exercidos pelos cristãos leigos ou religiosos, desde que tenham provisão dada pelo bispo.

Todos os ministérios partem da dignidade comum a todo cristão: o Batismo. Alguém só recebe um ministério se for batizado. Na comunidade cristã, possuímos todos a mesma dignidade, somos todos cristãos, pelo Batismo. O que nos difere são as funções e os ministérios.

É importante observar alguns critérios:

  • Uma escolha acertada: não basta desejar o ministério, precisa ter qualidades para isso. Melhor ainda quando a escolha parte da indicação da comunidade, que reconhece naquela pessoa as qualidades necessárias.
  • Uma formação adequada: isso é fundamental para a comunidade e para a pessoa que irá exercer o ministério. A preparação não pode ser apenas em um encontro.
  • Uma visão clara de Igreja:  um ministério não é promoção, é serviço. É algo de Igreja. Quem o assume deve ter visão clara da Igreja hoje, com a consciência de que está servindo à Igreja.
  • Participação da comunidade: a comunidade deve participar da indicação das pessoas para um ministério, através do CPP, sob a orientação do presbítero.
  • Investidura eclesial: é o bispo quem dá o ministério em nome da Igreja. O ministério é um serviço da Igreja e nela é o pastor quem confia as funções eclesiais a serem exercidas em nome da Igreja.

A Igreja Particular

A diocese é chamada a viver o dinamismo da comunhão-missão. João Paulo II disse em Santo Domingo: “Em torno do Bispo e em perfeita comunhão com ele, devem florescer as paróquias e as comunidades cristãs como células vivas e pujantes de vida eclesial” (SD 25).

O espírito de comunhão e participação deve ser o grande ideal de uma Igreja Particular. A comunhão de todas as paróquias se faz pelo planejamento diocesano de pastoral, se realiza na busca de uma caminhada conjunta, amadurece com os programas comuns e se promove pelo conhecimento das necessidades e avanços.

A Igreja Particular só se faz com a soma das comunidades existentes. E por ser “particular” congrega o “Povo de Deus de um lugar ou região, conhece de perto a vida, a cultura, os problemas de seus integrantes, e é chamada a gerar ali com todas as forças, sob a ação do Espírito Santo, a Nova Evangelização, a promoção humana, a inculturação da fé” (SD 55).

Só é possível construir uma Igreja diocesana com fisionomia própria, quando todos os cristãos e todas as paróquias se sentirem co-responsáveis pela Diocese. E isso só se alcança se houver profunda comunhão e efetiva participação.

A Paróquia

O documento de Santo Domingo (SD 58-60) traz alguns conceitos muito ricos sobre a Paróquia:

  • A Paróquia é a comunidade de comunidades, pastorais e movimentos. E dá a razão: porque “acolhe as angústias e esperanças dos homens, anima e orienta a comunhão, participação e missão”. Portanto, a paróquia, além de ser comunidade de comunidades, está muito ligada à vida dos que vivem em seu território.
  • Paróquia não é apenas território. O documento diz: não é território, nem estrutura, nem edifício, mas é “a família de Deus, como uma fraternidade animada pelo Espírito de unidade”. A paróquia deveria ser a família das famílias, a grande família. Ou ainda: uma fraternidade animada pelo Espírito de unidade, que gera unidade.
  • Paróquia: comunidade orgânica. Uma paróquia deveria ser uma realidade de entrosamento entre pároco e fiéis, entre pastorais e movimentos, entre programas e realizações. “A paróquia, comunhão orgânica e missionária, é assim uma rede de comunidades”.

Tarefas da paróquia:

1.A primeira tarefa é agregar a porção do Povo de Deus que lhe é confiada. Esta função se realiza concretamente em:

  • Celebração eucarística dominical;
  • Assembléia por ela gerada e à qual se referem os sacramentos que marcam as etapas da vida cristã.

2.A segunda tarefa é a do anúncio missionário e do anúncio continuado no interior da própria comunidade cristã (anúncio da vida e palavra de Jesus Cristo).

Essa tarefa depende muito da criatividade de cada ministro. A primeira e a segunda tarefa são necessárias para que a Igreja possa existir.

3.A terceira tarefa ou função é acolher e transformar as necessidades humanas (religiosas, sociais, antropológicas) do povo que mora no seu espaço. Função missionária e caritativa e depende das necessidades do povo.

4.Uma quarta função deriva naturalmente das outras: é o cuidado da comunhão, das relações entre as diversas pastorais, movimentos, comunidades. Cuidado da comunhão e relacionamento entre paróquias, os setores pastorais.

Para chegar a isso é indispensável:

1.Renovar a paróquia a partir das estruturas. Nem tudo o que serviu no passado pode ser útil no presente. A sociedade moderna gerou  novas necessidades. Uma paróquia renovada é aquela que sabe dar respostas adequadas às necessidades que surgem.

Processo Pastoral

Não há como fazer um bom processo pastoral sem três aspectos básicos:

  • Planejamento;
  • Coordenação;
  • Controle e Avaliação.

Os objetivos gerais da diocese devem ser os mesmos da paróquia. Foram aprovados em assembléia diocesana, representam as prioridades da diocese; Os objetivos específicos é que mudam de acordo com a realidade da paróquia; O CPP é o lugar de comunhão, discussão dos rumos, afinação da “orquestra” paroquial.

O trabalho de coordenação pastoral é feito pelos CPPs, CPS e CDP, pelas coordenações das pastorais específicas e dos movimentos (a nível paroquial, setorial e diocesano), juntamente com os padres e o bispo.  Em cada conselho ou  coordenação de alguma pastoral ou movimento, deve haver uma equipe de coordenação para encaminhar os trabalhos do Conselho, preparar as reuniões etc. Cada ação pastoral precisa ser acompanhada e avaliada.

Fonte: Site paroquiacristoredentor.com.br

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